quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Os Deuses do Olimpo

No cimo de uma montanha, nos confins do céu, erguia-se o mais poderoso, o mais altivo, o mais astuto e sábio dos Deuses. No cimo daquela montanha ele vigiava o mundo, ele olhava para cada canto da sua criação, para cada árvore, para cada ser… Orgulhoso e arrebatadoramente alegre, ele trauteava uma canção, um hino de vitória, um hino de encorajamento. Quanto mais ele o ouvia, mais queria criar, mais vontade tinha de erguer um raio profundo e cobrir todo o céu com o seu manto de luz. Mas, aquela obra, aquele mundo não era seu, não tinha sido ele a conceder a vida, a beleza, mas sim a sua mãe, mãe de todos, mãe do mundo. No entanto, ele ajudara, ele usara cada réstia da sua força para que este fosse um paraíso, um mundo parecido com o seu, no entanto os seus habitantes não albergavam dons, nem os poderes especiais concedido a cada Deus. Como a maioria dos Deuses tinha uma natureza gentil, concederam uma dádiva ao mundo: a beleza, a inteligência, a fertilidade, a água… E todos as qualidades boas, mas as más foram libertadas um dia, por alguém, caracterizado hoje pela sua infinita curiosidade, a mulher, uma mulher. Pandora.
Este Deus, o mais soberano dos Deuses, era por todos temido. Como símbolo do seu poder ele suportava um ceptro e acolhia uma águia, sua fiel companheira. Tinha muitos filhos, espalhados pelo  mundo, por todo o Olimpo, nem todos de sua mulher Hera.
Zeus era o seu nome, ele mandava em tudo, em todos. Mas, despontou no seu mundo, um dia, o que viria a ser uma terrível ameaça. Alguém que se fizera passar por seu amigo, por alguém disposto a sacrificar-se por aquele mundo, só para ver aquele lugar feliz. Mas, no fundo este terrível ser não era mais que um monstro, uma criatura criada num mundo que não existe, nascida da escuridão, da maldade.
Zeus confiara nele e, acreditando nas suas boas intenções, deu-lhe abrigo e hospedou-o no monte Olimpo, sem saber de nada, da sua face oculta, das suas maléficas ideias.
Esta criatura ocupara um bom lugar entre os Deuses, lá poderia aceder a tudo, e roubar a chave da vida e do mundo ao único merecedor da sua posse, Zeus.
Aquela malévola criatura, a todos convencera excepto a Atena, filha de Zeus e Deusa da sabedoria, e a Hades, seu irmão e Deus do submundo. A desconfiança e dúvida destes, que acertadamente pensavam no verdadeiro intuito daquela coisa (coisa, não se pode considerar mais do que apenas uma coisa, alguém que trai e manipula não é digno de ter um nome), era a maior esperança daquele povo, que ingenuamente acreditavam nas suas mentiras.
O reinado de terror daquela cruel criatura iniciou quando esta começou, ocultamente a provocar os Deuses, gerando brigas entre eles, que levavam a confrontos aterrorizadoramente violentos, que paravam apenas por intervenção de Zeus. O seu verdadeiro objectivo era transformar, aquele que era um local de harmonia e estabilidade, num local onde apenas as trevas e o caos tinham lugar, onde apenas as trevas e o caos mandavam, transformando assim todas as pessoas em monstros, em criaturas como ele, que massacrassem os Deuses e que os aterrorizassem para toda a eternidade.
Algumas Dríades (ninfas do bosques e das árvores) e Náiades (ninfas das nascentes e rios) começaram a desaparecer, assim como algumas Musas, deixando vários lugares mergulhados numa tristeza absoluta.
Zeus e os outros Deuses assistiam tudo lá de cima, da sua montanha, perguntando-se o que se estaria a passar, porque aquele lugar, anteriormente parecido com o paraíso se estaria a tornar, agora num autêntico Inferno. Os Deuses de tudo tentavam para melhorar o panorama. Afrodite tentava a todo o custo dar beleza àquele lugar, assim como Posídon fazia crescer de simples pedras fontes maravilhosas, mas que passados alguns dias secavam, Dionísio, um Deus de excessos e irracionalidades, levantava aos céus centenas de videiras, que para o espanto de todos não davam uvas. Hélio, Deus do sol, tornava cada dia o sol mais brilhante, mas, no dia seguinte, o brilho desaparecia.
A desconfiança de Atena e Hades tornava-se cada vez maior. Todas estas tragédias começaram a acontecer desde que a implacável criatura chegou, e Atena não achou ter sido uma mera coincidência. Juntamente com Hades falaram com Zeus, passaram por todo o palácio envolvidos no manto da invisibilidade de Hades. Toda a cautela era pouca, aquele monstro estava em cada canto do Olimpo, esperando a mínima gota de desconfiança. Então vendo a oportunidade perfeita para denunciar o monstro, falaram com Zeus. Zeus era teimoso e, não querendo contradizer-se, disse-lhes não acreditar neles, mas dentro dele, Zeus sabia o que tinha a fazer, sabia que tinha de o vigiar, mas o seu orgulho era forte demais. Confiou a sagrada missão de espionagem ao seu leal filho e mensageiro, Hermes. Este Deus era muito astuto e a sua lealdade era total.
Durante vários dias a terrível criatura foi vigiada, Hermes seguia-a para todo o lado, aterrorizando-se cada vez mais com cada um dos seus feitos. Chegara a altura de dizer aos Deuses quem era verdadeiramente aquele ser, quais eram os seus planos, esquemas e o que ele realmente queria. Zeus engoliu o seu orgulho e ouviu o que o seu filho lhes tinha para contar.
Atena e Hades estavam orgulhosos, a sua desconfiança e receio eram reais e foi graças a eles, graças aos seus terríveis problemas de confiança que os Deuses souberam a verdade sobre o demónio.
No entanto, não bastava saber a verdade sobre aquela “coisa”, precisavam derrotá-la, destruí-la, aniquilá-la…
Apolo, Deus da adivinhação e das artes, reuniu as Musas protectoras das artes que não tinham desaparecido. Artemísia, sua irmã e Deusa da caça, reuniu os animais e preparou cuidadosamente as melhores setas. Posídon juntou todos os seres marinhos e preparou o seu tridente, com o intuito de que à menor ordem o fizesse funcionar. Hades agrupou os habitantes do submundo e Zeus juntamente com os restantes Deuses e aliados preparavam as suas armas. Iriam atacá-la ao mesmo tempo, todos juntos, e enviá-la para o submundo, onde estaria à sua espera Hades e os restantes habitantes prontos para a prender. Uma vez no submundo nunca mais de lá poderá sair.
Zeus deu a ordem, e como estava combinado, todos atacaram, todos ao mesmo tempo, unidos pelo mundo, destruíram a criatura.
Então, os Deuses preveniram-se e aperfeiçoaram o mundo, dando ainda mais beleza, sabedoria, fertilidade, alegria e muitas outras qualidades…


Cataratas do Iguaçu no Brasil

Joana Azevedo

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